A gestão patrimonial eficiente não se limita ao registro e controle físico dos bens de uma empresa. Envolve também a adequada mensuração contábil dos ativos, garantindo que os valores registrados reflitam, com fidedignidade, a real capacidade de geração de benefícios econômicos futuros. Nesse contexto, o teste de impairment – também conhecido como teste de recuperabilidade de ativos – surge como uma ferramenta imprescindível, principalmente em momentos de instabilidade econômica ou mudanças significativas no cenário operacional da entidade.
1. O que é o teste de impairment?
De acordo com o CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, que tem convergência com o IAS 36 (International Accounting Standard), o impairment é a perda estimada no valor de um ativo quando o seu valor contábil excede o valor recuperável. O valor recuperável é o maior valor entre o valor justo líquido de despesas de venda (fair value less costs to sell) e o valor em uso (value in use), este último sendo o valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados da utilização contínua do ativo e de sua venda ao final da vida útil.
Esse teste visa impedir que ativos permaneçam registrados por valores superiores àqueles efetivamente realizáveis, promovendo transparência contábil, confiabilidade das demonstrações financeiras e conformidade com normas internacionais.
2. Por que o teste de recuperabilidade é obrigatório?
O teste de impairment é obrigatório sempre que houver indícios de que um ativo possa estar desvalorizado. Esses indícios podem ser internos ou externos:
- Indícios externos: mudanças significativas no ambiente econômico, aumento da taxa de juros de mercado, mudanças tecnológicas, alterações regulatórias, ou redução no valor de mercado do ativo.
- Indícios internos: evidência de obsolescência física, piora no desempenho do ativo, reestruturações que afetam sua utilização ou geração de caixa.
Além disso, para alguns ativos específicos – como o goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura) –, o CPC 01 exige que o teste de recuperabilidade seja realizado anualmente, mesmo que não existam indícios de perda.
3. A importância do teste de impairment para a governança corporativa
Empresas que desejam se destacar em um mercado competitivo, atrair investidores ou participar de processos de fusões e aquisições precisam garantir credibilidade em suas informações contábeis. A realização periódica do teste de recuperabilidade é um forte indicativo de que a empresa possui uma governança corporativa estruturada, comprometida com a fidedignidade dos ativos apresentados em seus balanços.
Quando negligenciado, o risco é que os ativos permaneçam registrados por valores irrealistas, mascarando perdas econômicas e prejudicando a tomada de decisão de investidores, credores e gestores.
4. Impactos da ausência do teste de impairment
Não realizar o teste de impairment ou ignorar os indícios de desvalorização dos ativos pode acarretar:
- Superavaliação do patrimônio líquido da empresa;
- Informações distorcidas nas demonstrações financeiras;
- Riscos de autuações fiscais e penalidades por parte dos órgãos reguladores;
- Perda de credibilidade com investidores e instituições financeiras;
- Prejuízos em auditorias externas, principalmente quando conduzidas pelas Big Four.
É comum em auditorias independentes a exigência de evidências formais de que os ativos foram testados e estão mensurados de forma correta. Empresas que demonstram domínio sobre os procedimentos de avaliação patrimonial, incluindo o teste de impairment, ganham pontos na análise de risco e na reputação mercadológica.
5. Exemplos práticos de situações que exigem o teste
Algumas situações típicas em que o teste de impairment deve ser aplicado:
- Uma fábrica que sofre redução significativa na demanda dos produtos e precisa reavaliar o valor dos seus equipamentos;
- Uma startup que teve queda abrupta nas projeções de receita e precisa reavaliar o valor do seu ágio de aquisição (goodwill);
- Uma empresa que perde seu principal contrato de prestação de serviços e vê seu maquinário sem utilização plena;
- Ativos de tecnologia que rapidamente se tornam obsoletos ou perdem valor com a chegada de novas soluções no mercado.
6. A relação entre avaliação patrimonial e impairment
Enquanto a avaliação patrimonial busca determinar o valor justo dos ativos (fair value) para finalidades como garantias, seguros, M&A ou reorganizações societárias, o teste de impairment foca na mensuração contábil para garantir que o ativo esteja corretamente representado nas demonstrações financeiras.
Entretanto, ambas as práticas se complementam. Uma avaliação técnica e imparcial dos ativos por empresa especializada, como a AXS Consultoria Empresarial, pode servir como base sólida para aplicação do impairment, oferecendo laudos de valor justo e estimativas de valor em uso com rigor técnico e metodológico.
7. CPCs e normas envolvidos
Além do CPC 01, outros pronunciamentos que se relacionam com o tema:
- CPC 27 – Ativo Imobilizado: trata da mensuração, depreciação e baixas de ativos tangíveis.
- CPC 04 – Ativo Intangível: abrange ativos não físicos como softwares e marcas.
- CPC 46 – Mensuração do Valor Justo.
- CPC PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, com orientações simplificadas.
8. Participação da engenharia de avaliações
Para empresas com ativos complexos, como plantas industriais, hospitais, hotéis ou aeroportos, a identificação do valor recuperável exige, muitas vezes, a atuação conjunta de profissionais de contabilidade e engenheiros de avaliações, seguindo normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia).
Esses profissionais realizam inspeções, avaliações técnicas e análises de mercado que resultam em laudos robustos para embasar os cálculos contábeis.
9. O papel da AXS Consultoria Empresarial
A AXS Consultoria Empresarial atua na organização patrimonial completa, desde o inventário físico dos ativos até a avaliação e elaboração de laudos para impairment. Os projetos seguem os princípios da governança corporativa, com validação pelas principais auditorias do país.
Clientes da AXS contam com:
- Equipe multidisciplinar, com engenheiros e contadores especializados;
- Laudos conforme CPC 01, CPC 27, IBAPE, ABNT NBR 14653;
- Apoio em auditorias e compliance contábil;
- Software de controle patrimonial em nuvem;
- Atendimento em todo o território nacional.
10. Conclusão
A aplicação do teste de impairment não é apenas uma exigência legal e contábil. Trata-se de um instrumento estratégico de gestão, que protege a empresa contra riscos de superavaliação patrimonial, fortalece a transparência e garante maior confiabilidade nas decisões gerenciais.
Empresas que valorizam a correta mensuração de seus ativos demonstram maturidade e responsabilidade diante do mercado. Mais do que uma exigência técnica, a recuperabilidade dos ativos é uma ferramenta de proteção do patrimônio empresarial, devendo ser conduzida com o apoio de consultorias especializadas como a AXS Consultoria Empresarial.
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Se sua empresa ainda não realiza periodicamente o teste de impairment, é hora de rever essa prática. Fale com nossos especialistas e assegure a integridade e a valorização do seu patrimônio.